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sábado, 30 de junho de 2012

Jhana Sutta

Todos devemos aprender como meditar de forma que não apenas cheguemos aos jhanas, mas também que através disso nos libertemos das impurezas mentais...

Anguttara Nikaya IX.36
Jhana Sutta
Jhana
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"Eu lhes digo, o fim das impurezas da mente depende do primeiro jhana ... do segundo jhana ... do terceiro jhana ... do quarto jhana ... da esfera do espaço infinito ... da esfera da consciência infinita ... da esfera do nada. Eu lhes digo, o fim das impurezas mentais depende da esfera da nem percepção, nem não percepção.
"'Eu lhes digo, o fim das impurezas mentais depende do primeiro jhana.’ Assim foi dito. Em referência a que foi dito isto? É o caso em que um bhikkhu afastado dos prazeres sensuais, afastado das qualidades não hábeis, entra e permanece no primeiro jhana, que é caracterizado pelo pensamento aplicado e sustentado, com o êxtase e felicidade nascidos do afastamento. Ele observa qualquer fenômeno que ocorra conectado com o corpo, sensações, percepções, formações e consciência, como impermanente, sofrimento, uma enfermidade, um câncer, uma flecha, doloroso, uma aflição, estranho, uma dissolução, um vazio. Ele afasta a sua mente desse fenômeno, e tendo feito isso, dirige a sua mente para as características do imortal: ‘Isto é a paz, isto é o sublime, isto é, o silenciar de todas as formações, o abandono de todas as aquisições, a destruição do desejo; desapego; cessação; nibbana.’
"Suponha que um arqueiro ou aprendiz de arqueiro fosse praticar em um boneco de palha ou monte de barro, de forma que após algum tempo ele fosse capaz de atirar a longas distâncias, atirar com precisão uma série rápida, e de penetrar uma grande massa. Da mesma forma, é o caso em que um bhikkhu ... entra e permanece no primeiro jhana ... êxtase e prazer nascidos do afastamento. Ele observa qualquer fenômeno que ocorra conectado com o corpo, sensações, percepções, formações e consciência, como impermanente, sofrimento, uma enfermidade, um câncer, uma flecha, doloroso, uma aflição, estranho, uma dissolução, um vazio. Ele afasta a sua mente desse fenômeno, e tendo feito isso, dirige a sua mente para as características do imortal: ‘Isto é a paz, isto é o sublime, isto é, o silenciar de todas as formações, o abandono de todas as aquisições, a destruição do desejo; desapego; cessação; nibbana.’
"Permanecendo exatamente ali, ele alcança o fim das impurezas mentais. Ou, se não, então - devido a esse desejo pelo Dhamma, esse deleite com o Dhamma e com a destruição dos cinco primeiros grilhões - ele irá renascer espontaneamente [nas Moradas Puras] e lá irá realizar o parinibbana sem nunca mais retornar desse mundo.
"'Eu lhes digo, o fim das impurezas mentais depende do primeiro jhana.’ Assim foi dito, e em referência a isso é que foi dito.
[Da mesma forma com os demais níveis de jhana até a esfera do nada.]
"Dessa forma, até o ponto em que vão as realizações da percepção, até esse ponto chega o conhecimento. Quanto a essas duas esferas - a realização da esfera de nem percepção, nem não percepção, e a realização da cessação da sensação e percepção - eu lhes digo que estas devem ser explicadas corretamente por aqueles bhikkhus que são meditadores, habilidosos em realizá-las, habilidosos em realizá-las e emergir delas, que as realizaram e emergiram delas."

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Samadhi Sutta

Para o que está atento as explicações do Buda são instruções práticas e mesmo as instruções práticas do Buda são momentos de esclarecimento, êxtase, iluminação... vejam isso:


Anguttara Nikaya IV.41
Samadhi Sutta
Concentração
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“Bhikkhus, há esses quatro desenvolvimentos da concentração. Quais quatro? Há o desenvolvimento da concentração que, quando desenvolvida e cultivada, conduz a uma permanência prazerosa aqui e agora. Há o desenvolvimento da concentração que, quando desenvolvida e cultivada, conduz a realizar o conhecimento e visão. Há o desenvolvimento da concentração que, quando desenvolvida e cultivada, conduz à atenção plena e plena consciência. Há o desenvolvimento da concentração que, quando desenvolvida e cultivada, conduz ao fim das impurezas.
“E qual é o desenvolvimento da concentração que, quando desenvolvida e cultivada conduz a uma permanência prazerosa aqui e agora? É o caso em que um bhikkhu afastado dos prazeres sensuais, afastado das qualidades não hábeis, entra e permanece no primeiro jhana, que é caracterizado pelo pensamento aplicado e sustentado, com o êxtase e felicidade nascidos do afastamento. Abandonando o pensamento aplicado e sustentado, um bhikkhu entra e permanece no segundo jhana, que é caracterizado pela segurança interna e perfeita unicidade da mente, sem o pensamento aplicado e sustentado, com o êxtase e felicidade nascidos da concentração. Abandonando o êxtase, um bhikkhu entra e permanece no terceiro jhana que é caracterizado pela felicidade sem o êxtase, acompanhada pela atenção plena, plena consciência e equanimidade, acerca do qual os nobres declaram: ‘Ele permanece numa estada feliz, equânime e plenamente atento.’Com o completo desaparecimento da felicidade, um bhikkhu entra e permanece no quarto jhana, que possui nem felicidade nem sofrimento, com a atenção plena e a equanimidade purificadas. Esse é o desenvolvimento da concentração que ... conduz a uma permanência prazerosa aqui e agora.
“E qual é o desenvolvimento da concentração que ... conduz a realizar o conhecimento e visão? É o caso em que um bhikkhu ocupa-se com a percepção da luz e está resoluto na percepção da luz do dia (a qualquer hora do dia). O dia (para ele) é o mesmo que a noite, a noite o mesmo que o dia. Por meio de uma consciência livre e desimpedida, ele desenvolve uma mente luminosa. Esse é o desenvolvimento da concentração que, quando desenvolvida e cultivada, conduz a realizar o conhecimento e visão. [1]
“E qual é o desenvolvimento da concentração que ... conduz à atenção plena e plena consciência? É o caso em que as sensações são compreendidas quando surgem, compreendidas enquanto estão presentes, compreendidas quando desaparecem. Os objetos mentais são compreendidos quando surgem, compreendidos enquanto estão presentes, compreendidos quando desaparecem. As percepções são compreendidas quando surgem, compreendidas enquanto estão presentes, compreendidas quando desaparecem. Esse é o desenvolvimento da concentração que, quando desenvolvida e cultivada, conduz à atenção plena e plena consciência. [2]
“E qual é o desenvolvimento da concentração que ... conduz ao fim das impurezas? É o caso em que o bhikkhu compreende a origem e cessação com relacão aos cinco agregados influenciados pelo apego: 'Assim é a forma, essa é sua origem, essa é a sua cessação. Assim são as sensações ... Assim são as percepções ... Assim são as formações ... Assim é a consciência, essa é sua origem, essa é a sua cessação.' Esse é o desenvolvimento da concentração que quando desenvolvida e cultivada, conduz ao fim das impurezas.
“Esses são os quatro desenvolvimentos da concentração.”
“E foi com relação a isso que afirmei no ‘Punnaka-manava-puccha’ [Snp V 3]:
‘Aquele que compreendeu no mundo o aqui e o além, em quem não há perturbação por nada no mundo, que está tranqüilo, livre das chamas ardentes, despreocupado e livre do desejo – ele superou o nascimento e o envelhecimento, eu digo.’”



Notas:
[1] AA explica “conhecimento e visão”, (ñanadassana), como o poder supra-normal do olho divino que permite ver formas à distância e em outros planos de existência bem como compreender o processo de frutificação do kamma. A prática preliminar desta realização requer o desenvolvimento da “percepção da luz”, depois do que essa luz interna é dirigida para objetos distantes e outros planos de existência. [Retorna]