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quarta-feira, 17 de maio de 2023

A ILUMINAÇÃO DE BUDA OU A IGNORÂNCIA DE BUDA

Não vês que de nada adianta conhecer mundos e todo universo e tudo que aconteceu e vai acontecer?

De que adianta conhecer todo o universo e todas as dimensões e todos os fenômenos do princípio ao fim? Em que isto liberta? Como isto poderia te libertar? Não pode.

Continuas preso no si mesmo, em tua perspectiva, em tua prisão limitada da egoidade. Continuas sentindo a incompletude, a insatisfação humana, mais que nunca agora sabes da transitoriedade.

De que adianta conhecer planetas e civilizações e dimensões? São como manchas numa tela abstrata. Em que isto te liberta? Por que esta beleza te atrai? Foste capturado por tão simples armadilha?

De que adianta conhecer toda a história do princípio ao fim, e o que vai acontecer ao mundo todo amanhã? Ainda estás preso no tempo, nas tuas percepções limitadas, em seu próprio modo condicionado de ver.

Não conheces teu princípio, nem tua finalidade, apenas julgas que está aqui para dizer isto aos ignorantes? Te sentes especial, um alienado cheio de conhecimentos inúteis?

Não consegues nem sumir daqui e aparecer lá, estás preso num lugar pequeno e no tempo, que sabes da eternidade, preso nesse corpúsculo com uma mente animalesca? De que te adianta ver todas as estrelas e galáxias, que beleza há nisso, tão fugaz?

Todo o tempo do universo não passa de uma faísca na eternidade, se fosse possível comparar e você está preocupado  que lembrança deixará nesse mundo, ou que grande ensinamento trouxeste para alguns desse tempo?

Não vês que já és um buda na eternidade? Não vês que apenas ignoras tua real e completa condição? Abraças o seu tempo e esse o entorpece e mergulha na escuridão, como se agarrasse uma grande maromba rumo a escuridão de profundo oceano.

Ainda pensas mesmo que esta é a tua viagem? Larga a maromba, larga o fardo. Esta é a ignorância de buda. Quando de fato não existe ignorância nem iluminação. Poderias estar aqui comigo agora?

Fra. J.