No budismo iluminação significa o despertar supremo. Desse despertar não há retorno, ou seja, não é uma experiência mística da qual se volta após um período de meditação e continua sendo a mesma pessoa, mas uma completa reviravolta no modo de ver e de viver que não pode ser descrita de nenhuma maneira, por isso mesmo costuma ser descrita negativamente, ou seja, em comparação ao que não é a iluminação. Porém algumas escolas do budismo descrevem-na como a onisciência, outras simplesmente como a liberação do samsara, ou ciclo de sofrimentos, entre outras descrições. De qualquer forma, além desse despertar supremo que é a libertação da ilusão, a erradicação da ignorância, da cobiça e da raiva, todo aquele que atinge a iluminação está também liberto de todas as contaminações ou impurezas e do ciclo de renascimentos. Com isso ele atinge uma realização meditativa chamada de fruição da realização do estado de arahant, ou buda, que significa o modo de fruição da mente iluminada, liberta, desperta, descrita como a libertação inabalável da mente, a libertação imensurável da mente, etc. Portanto, no budismo, a iluminação pode ser caracterizada de um certo modo peculiar pela completa superação da ignorância e destruição de todas as impurezas e suas raízes, inclusive as raízes principais de tudo o que é prejudicial que são (a) a cobiça ou apego, (b) o ódio ou aversão e (c) a delusão ou ignorância. Essa libertação da delusão contém a completa compreensão das três marcas da existência, insatisfatoriedade, impermanência e ausência de um eu ou substância inerente; a completa compreensão das quatro nobres verdades e do caminho óctuplo; a compreensão da lei de kamma e de renascimento. Existem ainda outras realizações alcançados pelos iluminados, mas estas são as que todos devem alcançar, ou seja, certos conhecimentos e poderes podem ser resultados da iluminação ou do processo até ela, não consistindo esses de características necessárias da iluminação. No budismo não existe iluminação sem a erradicação dos grilhões da existência, das impurezas, essa é uma característica bem peculiar no budismo. Alcançar o Nibbana final também é sinônimo de alcançar a iluminação. Nibbana é o estado de incondicionalidade. Nibbana também é descrito como satisfação, contentamento, felicidade suprema, o imperecível, o incondicionado, o eterno; um estado de contentamento e felicidade constante. O incondicionado é descrito como o não-causado, não-nascido, não-formado, não-tornado. Buda sempre ressalta a necessidade da experiência direta, de conhecer diretamente, conhecer por si mesmo, conhecer completamente, vivenciar por si mesmo, assim devemos encarar todos os ensinamentos, não tomá-los como verdades teóricas e nos conformarmos com elas, mas buscar vivenciá-los comprovando-os através da meditação e de nossa própria experiência, isso também não exclui a necessidade do estudo aprofundado. Muitos na época de Buda alcançaram algum nível de libertação ou mesmo a suprema compreensão, a iluminação, apenas por ouvir suas explicações.
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