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sábado, 23 de março de 2013

O PERIGO DO DESEJO EGOÍSTA - parte 2


O Budismo não combate o desejo como se costuma pensar, numa primeira visão superficial. Ele diagnostica a causa do sofrimento como sendo o desejo; essa é uma das quatro nobres verdades. Mas não é qualquer desejo nem qualquer tipo de desejo; é preciso saber que espécie de desejo seria essa. E além disso, o caminho para libertar-se do sofimento se dá através do nobre caminho óctuplo, não da simples oposição ao desejo.  O caminho óctuplo é o que leva à cessação do sofimento, da ignorância, das impurezas; é o que leva à iluminação.

Não é todo e qualquer desejo que é considerado como prejudicial. Um grande exemplo disso é a definição budista de amor: “amor é o desejo de que o outro seja feliz”. O amor é um desejo que é requerido, que não é prejudicial. Já o desejo que causa o sofrimento é outro tipo específico de desejo.


No cânone pali essa palavra normalmente traduzida simplesmente como desejo é tanha que literalmente significa sede, mas uma tradução mais apropriada que pode ser vista em muitos textos que é ânsia; também aperecem “desejo sedento”, “desejo insaciável”, etc. Se refere, desse modo, especificamente à ansiedade sedenta, ao desejo egoísta, à paixão cega, etc. Tem como sinônimos lobha (cobiça; paixão) e raga (também traduzido como cobiça ou paixão). É uma das três raízes (mula) de estados prejudiciais na mente.


Espero que o texto abaixo (anterior) seja o primeiro de uma série que poderá ajudar um pouco na indispensável compreensão desse tipo de desejo, como ele é prejucial, sua origem, seu fim e o modo adequado de se comportar em relação a ele afim de atingir o objetivo supremo.


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