Por
Ajaan Thanissaro
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contanto que nenhum custo seja cobrado pela distribuição ou uso.
De outra forma todos os direitos estão reservados.
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A técnica que irei
ensinar é a meditação da respiração. É um bom tópico independentemente da sua
orientação religiosa. Como meu mestre disse certa vez, a respiração não
pertence ao Budismo ou Cristianismo ou a qualquer seita. É propriedade comum
que qualquer pessoa pode usar para meditar. Ao mesmo tempo, de todos os tópicos
de meditação que existem, é provavelmente o mais benéfico para o corpo, pois
quando estamos lidando com a respiração, não estamos lidando somente com o ar
que entra e sai dos pulmões, mas também com todas as sensações de energia que
percorrem o corpo com cada respiração. Se você conseguir aprender a se tornar
sensível a essas sensações, e permitir que elas fluam facilmente e sem
obstruções, você poderá auxiliar o seu corpo a funcionar mais facilmente, e dar
para a mente um meio para lidar com a dor.
Então vamos todos meditar
por alguns minutos. Sentem-se confortavelmente eretos, em uma posição
equilibrada. Vocês não precisam ficar duros e retos como um soldado. Tentem
somente não se inclinar para a frente ou para trás, ou para a esquerda ou
direita. Feche os olhos e diga a si mesmo, ‘Que eu possa ser verdadeiramente
feliz e livre de sofrimento.’ Isso pode parecer uma forma estranha, até
egoísta, de começar a meditar, porém existem boas razões para isso. Primeiro,
se você não consegue desejar a sua própria felicidade, não há meio de que você
possa honestamente desejar a felicidade de outros. Algumas pessoas necessitam
se lembrar constantemente de que elas merecem a felicidade – nós todos a
merecemos, porém se não acreditamos nisso, encontraremos constantemente formas
de nos punir, e acabaremos punindo outros de forma sutil ou grosseira também.
Segundo, é importante
refletir acerca do que é a verdadeira felicidade e onde ela pode ser
encontrada. Um momento de reflexão mostrará que você não poderá encontrá-la no
passado ou no futuro. O passado já passou e a sua memória dele não é confiável.
O futuro é uma grande incerteza. Portanto, o único lugar onde realmente podemos
encontrar a felicidade é no presente. Porém mesmo aqui você tem que saber aonde
procurar. Se você tentar basear a sua felicidade em coisas que mudam –
aparências, sons, sensações em geral, pessoas e coisas externas – você está
buscando desapontamento, tal como construir uma casa sobre um penhasco em que
já ocorreram deslizamentos várias vezes no passado. Dessa forma a verdadeira
felicidade deve se procurada dentro de você. A meditação é como uma caça ao
tesouro: encontrar na mente aquilo que tem valor consistente e imutável, algo
que nem mesmo a morte consegue tocar.
Para encontrar esse
tesouro nós precisamos de ferramentas. A primeira ferramenta é o que estamos
fazendo agora mesmo: desenvolvendo amor bondade para nós mesmos. A segunda é
disseminar esse amor bondade para outros seres vivos. Diga a si mesmo: ‘Todos
seres vivos, não importa quem sejam, não importa o que lhe tenham feito no
passado – que todos eles também encontrem a verdadeira felicidade.’ Se você não
cultivar esse pensamento, e ao invés disso, trazer rancores para a sua
meditação, isso é tudo que você será capaz de ver quando olhar internamente.
Somente quando você tiver
limpado a sua mente desta forma, e tendo colocado os assuntos externos de lado,
você estará pronto para focar na respiração. Traga a sua atenção para a
sensação da respiração. Inspire e expire longamente por algumas vezes, focando
em qualquer ponto do corpo em que a respiração seja notada facilmente, e que a
sua mente se sinta confortável. Pode ser no nariz, no peito, no abdômen, ou
qualquer outro ponto. Permaneça com esse ponto, observando a sensação que é
produzida pela inspiração e pela expiração. Não force a respiração, ou
pressione o seu foco de maneira muito intensa. Permita que a respiração flua
naturalmente, e simplesmente fique de olho na sensação. Saboreie a sensação,
como se ela fosse algo especial que você queira prolongar. Se a sua mente
divagar, simplesmente traga-a de volta. Não fique desencorajado. Se ela divagar
100 vezes, traga-a de volta 100 vezes. Mostre-lhe que a sua intenção é séria, e
eventualmente ela cederá.
Se você quiser, pode
experimentar com diferentes tipos de respiração. Se a respiração longa é
confortável, permaneça com ela. Se não é, mude para qualquer ritmo que lhe
pareça tranqüilizador para o corpo. Você pode tentar a respiração curta,
respiração rápida, respiração lenta, respiração profunda, respiração
superficial - qualquer uma que lhe pareça mais confortável exatamente agora...
Uma vez que a respiração
esteja confortável no ponto que você escolheu, mova a sua atenção para observar
como a respiração é sentida em outras partes do corpo. Comece focando na área
imediatamente abaixo do umbigo. Inspire e expire, e observe a sensação naquela
área. Se você não perceber nenhum movimento, simplesmente esteja consciente do
fato de que não existe movimento. Se você sentir movimento, observe a característica
do movimento, para ver se a respiração é sentida de maneira não uniforme, ou se
existe alguma tensão ou firmeza. Se houver tensão, pense em relaxá-la. Se a
respiração for sentida de forma irregular, pense em tranquilizá-la ... Agora
mova a sua atenção para a direita desse ponto – para a parte inferior direita
do abdômen – e repita o mesmo processo ... Então para a parte inferior esquerda
do abdômen ... Então para cima para o umbigo ... direita ... esquerda ... para
o plexo solar ... direita ... esquerda ... o meio do peito ... direita ...
esquerda ... a base da garganta ... direita ... esquerda ... para o meio da
cabeça ... (tome alguns minutos para cada ponto).
Se vocês estivessem
meditando em casa poderiam continuar este processo por todo o corpo – pela
cabeça, pelas costas, pelos braços e pernas até a ponta dos dedos das mãos e
dos pés – porém como nosso tempo é limitado, eu lhes pedirei que retornem o seu
foco para qualquer um dos pontos anteriores. Deixe que a sua atenção se
estabeleça confortavelmente nesse ponto, e então deixe que a sua atenção se
espalhe para preencher todo o corpo, da cabeça até a ponta dos pés, tal como se
você fosse uma aranha sentada no meio da teia. Ela está sentada em um ponto
porem sensível a toda a teia. Mantenha a sua atenção expandida dessa forma –
você tem que fazer um certo esforço, pois a tendência será de contrair-se a um
ponto somente – e pense a respeito da respiração entrando e saindo de todo o
seu corpo, através de cada poro. Deixe a sua atenção simplesmente permanecer
assim durante algum tempo – você não precisa ir a nenhum outro lugar, não há
mais nada acerca do que pensar...E depois suavemente saia da meditação.
Nota: De uma palestra proferida em uma
conferência sobre AIDS, HIV e outras desordens do sistema imunológico em Long
Beach, CA, 13 Nov. 1993
Revisado: 3
Fevereiro 2007
Copyright ©
2000 - 2010, Acesso ao
Insight - Michael Beisert: editor, Flávio Maia: designer.
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