Capítulo 2 do Saddharma-Pundarika / O Sutra do Lotus na tradução de Marcos Beltrão
O Senhor então levantou-se consciente e concentrado de sua meditação e, imediatamente, dirigiuse
ao venerável Sariputra; O conhecimento do Buda, Sariputra, é profundo, difícil de
compreender, difícil de perceber. É muito difícil para os discípulos e para os Pratyekabudas
sondar o conhecimento ao qual chegaram os Tathagatas etc., e isto, Sariputra, porque os Tathagatas
veneraram muitas centenas de milhares de miríades de kotis de Budas; porque eles realizaram seus
cursos para a iluminação suprema e completa, durante muitas centenas de milhares de miríades de kotis
de Aeons; porque eles viajaram longe, mostrando energia e possuídos de propriedades maravilhosas e
especiais; possuídos de propriedades difíceis de compreender; porque eles descobriram coisas que são
difíceis de compreender.
O mistério dos Tathagatas etc. é difícil de ser compreendido, Sariputra, porque quando eles
explicam as leis (ou os fenômenos, as coisas) que têm causa em si mesmas, eles o fazem por
intermédio de meios habilidosos, mostrando o conhecimento, com argumentos, razões, idéias
fundamentais, interpretações e sugestões. Com uma variedade de meios habilidosos são capazes de
libertar os seres que ficam apegados a um ponto de vista ou outro. Os Tathagatas etc., Sariputra, todos
adquiriram a mais alta perfeição da habilidade e a mostra do conhecimento; eles estão agraciados com
propriedades maravilhosas, tais como a mostra do conhecimento livre e desimpedido; os poderes; a
ausência da hesitação; as condições independentes; a força dos órgãos; os princípios de Bodhi; as
contemplações; emancipações; meditações; graus de concentração mental. Os Tathagatas etc.,
Sariputra, são capazes de expor coisas variadas e têm algo de maravilhoso e especial. Basta, Sariputra,
que seja suficiente dizer que os Tathagatas etc., têm algo de extremamente maravilhoso, Sariputra.
Ninguém senão um Tathagata, Sariputra, pode transmitir a um Tathagata aquelas leis que o Tathagata
conhece. Todas as leis, Sariputra, são ensinadas pelo Tathagata, e somente por ele; ninguém senão ele
conhece todas as leis, o que são, como são, como o que são, quais são suas características e de que
natureza são.
E naquela ocasião, para apresentar estas coisas mais amplamente, o Senhor pronunciou as
seguintes estrofes:
1. Inumeráveis são os grandes heróis no mundo que abarca deuses e homens; a totalidade das
criaturas é incapaz de conhecer completamente os líderes.
2. Ninguém pode conhecer seus poderes e estados de emancipação, suas ausências de
hesitação e suas propriedades de Buda, tais como são.
3. Desde muito tempo eu segui, na presença de kotis de Budas, o bom caminho, que é
profundo, sutil, difícil de compreensão, e mais ainda de ser encontrado.
4. Depois de seguir esta carreira durante um número inconcebível de kotis de Aeons, eu
descobri no terreno da iluminação o fruto disto.
5. E com isto eu reconheço, como os demais chefes do mundo, como é, com o que se
parecem e quais são suas características.
6. É impossível explicar isto; é inefável; nem existe qualquer ser neste mundo
7. A quem esta lei pudesse ser explicada ou que pudesse compreender ao ser explicada, com a
exceção dos Bodhisatvas, aqueles que estão firmemente estabelecidos em resolução.
8. Quanto aos discípulos do Conhecedor do mundo, aqueles que fizeram seus deveres e
receberam elogio dos Sugatas, que estão livres de erros e que chegaram ao último estágio da existência
terrena, o conhecimento do Gina fica além de suas esferas.
9. Se toda esta esfera estivesse cheia de seres como Sarisuta, e se eles investigassem com seus
esforços combinados, eles seriam incapazes de compreender o conhecimento do Sugata.
O
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Saddharma-Pundarika / Meios Habilidosos / Capítulo 2
10. Mesmo que os dez pontos do espaço estivessem cheios de sábios com você, sim, se
estivessem cheios de tais como o restante de meus discípulos,
11. E se todos estes seres combinados fossem investigar o conhecimento do Sugata, todos eles
juntos, não seriam capazes de compreender o conhecimento do Buda em toda sua imensidão.
12. Se os dez pontos do espaço estivessem cheios de Pratyekabudas, livres de erros,
abençoados com inteligência arguta, e se quedando em seus últimos estágios de existência, tão
numerosos como bambus ou caniços na floresta;
13. E se juntos durante um infindável número de miríades de kotis de Aeons, eles fossem
investigar uma parte de minhas leis superiores, eles nunca descobririam seu significado verdadeiro.
14. Se os dez pontos do espaço estivessem cheios de Bodhisatvas que depois de terem
completado seus deveres sob muitos kotis de Budas, investigado todas as coisas e pregado muitos
sermões, depois de terem entrado num novo veículo;
15. Se o mundo todo estivesse cheio deles, como um bosque espesso de caniços ou de bambus,
sem espaço entre eles, e se todos juntos fossem investigar a lei que o Sugata realizou;
16. Se a investigassem durante muitos kotis de Aeons, tão incalculáveis quanto as areias do
Ganges, com atenção indivisa e intenções sutis, até mesmo então aquele (conhecimento) estaria além
de suas compreensões.
17. Se tais Bodhisatvas incapazes de deslizar para trás, numerosos como as areias do Ganges, a
investigassem com atenção indivisa, estaria além de suas capacidades.
18. Profundas são as leis dos Budas, e sutis; todas inescrutáveis e sem erro. Eu as conheço, bem
como fazem os Ginas nas dez direções do mundo.
19. Você, Sariputra, esteja cheio de confiança naquilo que o Sugata declara. O Gina nada diz de
falso, o grande Vidente que por tão longo tempo pregou a verdade mais elevada.
20. Eu me dirijo a todos os discípulos aqui, aqueles que buscam a iluminação de um
Pratyekabuda, aqueles que são despertos para a atividade pelo meu Nirvana, e aqueles que foram
libertos da série de males.
21. É por minha habilidade superior que eu explico a lei extensivamente para o mundo em
geral. Eu liberto todos aqueles que ficam apegados a um ponto ou outro, e mostro os três veículos.
Os eminentes discípulos na assembléia encabeçada por Agnata-Kaundinya, os mil e duzentos
Arhats sem erros e com autocontrole, os outros monges, monjas, leigos devotos homens e mulheres
usando o veículo dos discípulos, e todos aqueles que entraram no veículo dos Pratyekabudas, todos
eles fizeram esta reflexão: Qual será a razão, porque o Senhor está elogiando tanto a habilidade dos
Tathagatas? Porque a elogia dizendo, ‘Profunda é a lei por mim descoberta;’ elogiando-a dizendo, ‘É
difícil para todos os discípulos e Pratyekabudas de compreendê-la.’ Mas o Senhor ainda não declarou
mais que um tipo de emancipação, e portanto nós também deveríamos adquirir as leis de Buda ao
chegarmos ao Nirvana. Não compreendemos o significado disto que o Senhor disse.
E o Venerável Sariputra, que apreendeu a dúvida e a incerteza das quatro classes da audiência e
adivinhou seus pensamentos daquilo que se passava em sua própria mente, ele mesmo estando em
dúvida sobre a lei, disse então ao Senhor: Qual é, Ó Senhor, a causa, qual razão que o Senhor tão
repetidamente e continuamente elogia a habilidade, conhecimento e pregação do Tathagata? Por que
ele, repetidamente, a elogia dizendo, ‘Profunda é a lei por mim descoberta; é difícil de compreender o
mistério dos Tathagatas.’’ Nunca dantes eu ouvi do Senhor um tal discurso da lei. Estas quatro classes
de audiência, Ó Senhor , estão cheias de dúvida e perplexidade. Portanto possa o Senhor, por favor,
explicar a que está o Tathagata aludindo, ao repetidamente elogiar a profunda lei dos Tathagatas.
Naquela ocasião o venerável Sariputra pronunciou as seguintes estrofes:
22. Pela primeira vez agora o Sol dos homens pronuncia um tal discurso: ‘Eu adquiri os
poderes, emancipações e meditações sem conta.’
23. E mencionastes o terreno da iluminação sem que ninguém te perguntasse; mencionastes o
mistério, apesar de ninguém ter te perguntado.
24. Falastes sem ser perguntado e elogiastes teu próprio caminho; mencionastes ter obtido o
conhecimento e pronunciastes palavras profundas.
25. Hoje surge uma pergunta em minha mente e naquela daqueles seres autocontrolados, sem
erros, que buscam o Nirvana: Por que fala o Gina desta forma?
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Saddharma-Pundarika / Meios Habilidosos / Capítulo 2
26. Aqueles que aspiram a iluminação dos Pratyekabudas, as monjas e monges, deuses, Nagas,
duendes, Gandharvas, e grandes serpentes, estão todos conversando juntos, enquanto que observam o
mais elevado dos homens,
27.E imaginam em perplexidade. Dê uma elucidação, grande Sábio, a todos os discípulos do
Sugata que estão aqui reunidos.
28. Eu mesmo atingi a perfeição (da virtude), e fui ensinado pelo Sábio supremo; mesmo assim,
Ó mais elevado dos homens! Mesmo em minha posição, eu tenho dúvidas se o curso (do dever) que
me é mostrado, receberá sua aprovação final pelo Nirvana.
29. Que tua voz seja ouvida, Ó vós cuja voz ressoa como um tambor eminente! Proclame sua
lei tal que é. Os filhos legítimos do Gina aqui de pé e fitando o Gina, de mãos postas;
30. Bem como os deuses, Nagas, duendes, Titãs, em número de milhares de kotis, como as
areias do Ganges; e aqueles que aspiram à iluminação suprema, que estão aqui, em número de oitenta
mil;
31. Além disto, os reis, regentes de províncias, monarcas proeminentes, que para aqui se
dirigiram desde milhares de kotis de países, que agora se quedam com mãos postas, e respeitosos,
pensando: Como podemos preencher o curso do dever?
O venerável Sariputra tendo falado, o Senhor lhe disse: Basta, Sariputra; de nada adiantaria
explicar esta questão. Por que? Porque, Sariptura, o mundo, inclusive os deuses, ficariam assustados se
esta questão fosse exposta.
Mas o venerável Sariputra pediu ao Senhor uma segunda vez, dizendo: Que o Senhor exponha,
que o Sugata exponha esta questão, pois que nesta assembléia, Ó Senhor, existem muitas centenas,
muitos milhares, muitas centenas de milhares, muitas centenas de milhares de miríades de kotis de
seres vivos que já viram Budas anteriores, que são inteligentes, e que acreditarão, darão valor, e
aceitarão as palavras do Senhor.
O venerável Sariputra se dirigiu ao Senhor com esta estrofe:
32. Fale claramente, Ó mais eminente dos Ginas! Nesta assembléia estão milhares de seres
vivos que são cheios de confiança, afetivos, e respeitosos para com o Sugata; eles compreenderão a lei
por vós exposta.
E o Senhor disse uma segunda vez ao venerável Sariputra: Basta, Sariputra; não adianta explicar
esta questão, pois que o mundo, inclusive aquele dos deuses, ficaria assustado, Sariputra, se esta questão
fosse exposta, e alguns monges poderiam ficar orgulhosos e virem a ter uma queda súbita.
E naquela ocasião o Senhor pronunciou a seguinte estrofe:
33. Não digas mais que eu devo declarar esta lei! Este conhecimento é por demais sutil,
inescrutável, e existem tantos homens não sábios, que em seus orgulho e tolice zombariam em relação
à lei assim revelada.
Uma terceira vez o venerável Sariputra pediu ao Senhor, dizendo: Que o Senhor exponha, que
o Sugata exponha esta questão. Nesta assembléia, Ó Senhor, existem muitas centenas de seres vivos
que são meus iguais, e muitas centenas, muitos milhares, muitas centenas de milhares, muitas centenas
de milhares de miríades de kotis de outros seres vivos a mais, que em nascimentos prévios foram
trazidos pelo Senhor ao amadurecimento pleno. Eles crerão, darão valor, aceitarão aquilo que o Senhor
declara, que reverterá para seus benefícios, bem e felicidade no decorrer do tempo.
Naquela ocasião o venerável Sariputra pronunciou as seguintes estrofes:
34. Explique a lei, Ó Vós, o mais elevado dos homens! Eu, vosso filho mais velho, te peço.
Aqui estão milhares de kotis de seres que crerão na lei por vós revelada.
35. E aqueles seres que, em nascimentos prévios, por tão longo tempo e constantemente foram
por vós trazidos à maturidade plena e estão agora se quedando aqui de mãos postas, eles também,
crerão nesta lei.
36. Que o Sugata, observando os mil e duzentos, meus iguais, e aqueles que estão lutando pela
iluminação superior, fale a eles e produza neles uma alegria extrema.
Quando o Senhor pela terceira vez ouviu o pedido do venerável Sariputra, ele lhe falou assim:
Agora que você pediu ao Tathagata pela terceira vez, Sariputra, eu te responderei. Ouça então,
Sariputra, ouça bem e aprenda ou que agora vou dizer; pois eu vou falar.
Aconteceu então que cinco mil monges orgulhosos, monjas, e devotos leigos de ambos os
sexos, na congregação se levantaram de seus assentos e, depois de saudarem com suas cabeças os pés
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Saddharma-Pundarika / Meios Habilidosos / Capítulo 2
do Senhor, se retiraram da assembléia. Devido ao princípio do bem que reside no orgulho, eles
imaginaram terem atingido o que não haviam, e terem compreendido o que não haviam. Portanto,
sentindo-se diminuídos, eles se retiraram da assembléia, ao que o Senhor concordou com seu silêncio.
Naquele momento o Senhor se dirigiu ao venerável Sariputra: Minha congregação, Sariputra,
foi livrada do excesso, do lixo; está firmemente estabelecida na força da fé. É uma coisa muito boa,
Sariputra, que aqueles orgulhosos tenham ido embora. Agora eu vou expor a questão, Sariputra. ‘Muito
bem, Senhor,’ replicou o venerável Sariptura. O Senhor então começou e disse:
É somente de vez em quando, Sariputra, que o Tathagata prega um tal discurso sobre a lei
como este. Da mesma forma que é raramente que vemos a flor da figueira desabrochar, Sariputra, da
mesma forma o Tathagata, apenas raramente, prega um tal discurso sobre a lei. Creia-me, Sariputra; Eu
falo o que é verdadeiro, o que é real, eu digo o que é certo. É difícil compreender a exposição do
mistério do Tathagata, Sariputra; pois que, elucidando a lei, Sariputra, eu uso centenas de milhares de
vários meios habilidosos, tais como diferentes interpretações, indicações, explicações, ilustrações. Não
é pelo raciocínio, Sariputra, que a lei seria encontrada: isto está além do campo do raciocínio e deve ser
aprendida do Tathagata. Pois, Sariputra, é por um só objetivo, um só propósito, na verdade um
objetivo elevado, um propósito elevado que o Buda, o Tathagata etc., aparece no mundo. E qual é este
objetivo único, este propósito único, este elevado objetivo, este elevado propósito que o Buda, o
Tathagata etc., aparece no mundo? Para mostrar a todos os seres a visão do conhecimento do
Tathagata é que o Buda, o Tathagata etc., aparece no mundo; para abrir os olhos dos seres para a visão
do conhecimento do Tathagata é que o Buda, o Tathagata etc., aparece no mundo. Este, Ó Sariputra, é
o objetivo único, o propósito único de sua aparição no mundo. Tal é, então, Sariputra, o objetivo
único, o propósito único, o elevado objetivo, o elevado propósito do Tathagata. E é atingido pelo
Tathagata. Pois, Sariputra, eu mostro a todos os seres a visão do conhecimento do Tathagata; eu abro
os olhos de todos os seres para a visão do conhecimento do Tathagata, Sariputra; eu estabeleço
firmemente o ensinamento do conhecimento do Tathagata, Sariputra; eu conduzo o ensinamento do
conhecimento do Tathagata no caminho correto, Sariputra. Por intermédio do veículo único, a saber,
o veículo do Buda, Sariputra, eu ensino a todos os seres a lei; não existe um segundo veículo, nem um
terceiro. Esta é a natureza da lei, Sariputra, universalmente no mundo, em todas as direções. Pois,
Sariputra, todos os Tathagatas etc., que em tempos passados existiram em esferas incontáveis,
inumeráveis, em todas as direções, para o bem de muitos, a felicidade de muitos, por piedade do
mundo, para o benefício, bem e felicidade do grande corpo de seres, e que pregavam a lei a deuses e
homens com meios capazes, tais como variadas direções e indicações, variados argumentos, razões,
ilustrações, idéias fundamentais, interpretações, prestando atenção à disposição dos seres cujas
inclinações e temperamentos são tão diversos, todos aqueles Budas e Senhores, Sariputra, que
pregaram a lei aos seres por intermédio de apenas um veículo, o veículo do Buda que, finalmente,
conduz à onisciência; é idêntico a mostrar a todos os seres a visão do conhecimento do Tathagata;
com abrir os olhos dos seres para a visão do conhecimento do Tathagata; com despertar (ou avisar)
pela mostra do conhecimento do Tathagata; com conduzir o ensinamento do conhecimento do
Tathagata pelo caminho correto. Tal é a lei que eles pregaram aos seres. E aqueles seres, Sariputra, que
ouviram a lei de Tathagatas passados etc., todos eles alcançaram a iluminação suprema e perfeita.
E os Tathagatas etc., que existirão no futuro, Sariputra, nas esferas incontáveis, inumeráveis em
todas as direções, para o bem de muitos, a felicidade de muitos, por piedade do mundo, para o
benefício, bem, e felicidade do grande corpo de seres, e que devem pregar a lei a deuses e homens
(etc., como acima até) o caminho correto. Tal é a lei que eles devem pregar às criaturas. E aquelas
criaturas, Sariputra, que ouvirem a lei dos Tathagatas futuros etc., todas elas deverão alcançar a
iluminação suprema e perfeita.
E os Tathagatas etc., que agora no presente estão vivendo, se quedando existindo, Sariputra,
em incontáveis, inumeráveis esferas, em todas as direções etc., e que estão pregando a lei aos deuses
homens (etc., como acima até) o caminho correto. Tal é a lei que eles estão pregando às criaturas. E
aquelas criaturas, Sariputra, que estão ouvindo a lei dos Tathagatas presentes etc., todas elas deverão
atingir a iluminação suprema e perfeita.
Eu também, Sariputra, sou no período presente um Tathagata etc., para o bem de muitos (etc.,
até) muitos; Eu também, Sariputra, estou pregando a lei às criaturas (etc., até) o caminho correto. Tal é
a lei que eu prego aos seres. E aqueles seres, Sariputra, que ora estão ouvindo a lei de mim, todos eles
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atingirão iluminação suprema e perfeita. Neste sentido, Sariputra, é que deve ser compreendido que,
em parte alguma do mundo, um segundo veículo seja ensinado, muito menos ainda um terceiro.
E contudo, Sariputra, quando os Tathagatas etc., aparecem no fim da época, na decadência das
criaturas, na decadência de pecados aflitivos, a decadência dos pontos de vista, ou a decadência de uma
vida; quando eles aparecem entre tais sinais de decadência, na perturbação da época; quando os seres
estão muito sujos, cheios de cobiça e fracos em raízes de bondade; então, Sariputra, os Tathagatas etc.,
costumam, habilmente, designar aquele único veículo do Buda pelo nome de veículo tríplice. Agora,
Sariputra, tais discípulos, Arhats, ou Pratyekabudas, que não ouvem a sua chamada para o veículo do
Buda pelo Tathagata, que não percebem, nem prestam atenção a isto, aqueles, Sariputra, não devem ser
reconhecidos como discípulos dos Tathagatas, nem como Arhats, nem como Pratyekabudas.
Novamente, Sariputra, se houver algum monge ou monja que pretenda atingir o Arhatado sem
uma promessa sincera de atingir a iluminação suprema e perfeita, e que diga, ‘Eu agora me quedo
elevado demais para o veículo do Buda, eu estou em minha última aparição no corpo antes do Nirvana
completo,’ então, Sariptura, considere esta pessoa como sendo convencida. Pois, Sariputra, não é
adequado, é feio que, um monge, um Arhat, sem erros, não deva crer na lei que ele ouve do Tathagata
em sua presença. Eu deixo fora de questão quando o Tathagata tenha atingido o Nirvana completo;
pois naquele período, naquele momento, Sariputra, quando o Tathagata deva estar completamente
extinto, não haverá ninguém que saiba de cor, ou pregue tais Sutras como este. Será sob outros
Tathagatas etc., que eles serão libertados de dúvidas. Quanto a isto creia em minhas palavras, Sariputra,
dê valor a elas, tome-as ao coração; pois que não existe falsidade nos Tathagatas, Sariputra. Existe
somente um veículo, Sariputra, e este é o veículo do Buda.
E naquela ocasião, para explicar mais extensamente esta questão, o Senhor pronunciou as
seguintes estrofes:
37. Não menos que cinco mil monges, monjas e leigos de ambos os sexos, cheios de descrença
e orgulho,
38. Achando que isto era pouco, foram, ainda defeituosos no treinamento e tolos como eram,
embora para tornarem-se cientes do dano.
39. O Senhor, que os sabia serem os piores da congregação, exclamou: Eles não possuem
méritos suficientes para ouvirem esta lei.
40. Minha congregação está agora pura, liberta do lixo; o excesso foi removido e sobra apenas
o âmago.
41. Ouça de mim, Sariputra, como esta lei foi descoberta pelo mais elevado dos homens, e
como os poderosos Budas estão ainda pregando-a com muitas centenas de provas de habilidade.
42. Eu conheço as disposições e condutas, as variadas inclinações de seres vivos neste mundo;
eu conheço suas variadas ações e o bem que eles fizeram antes.
43. Aqueles seres vivos eu inicio nesta (lei) com a ajuda de muitas interpretações e razões; e
com centenas de argumentos e ilustrações, eu, de uma forma ou de outra, alegrei a todos os seres.
44. E pronuncio tanto Sutras quanto estrofes; lendas, Gatakas, e prodígios, além de centenas de
introduções e parábolas curiosas.
45. Eu mostro o Nirvana para o ignorante com disposições baixas, que nunca seguiu nenhum
caminho sob muitos kotis de Budas, que estão ligados à existência contínua e miseráveis.
46. O auto-nascido usa tais meios para manifestar o conhecimento do Buda, mas ele nunca lhes
dirá, vocês todos vão se tornar Budas.
47. Por que não deveria aquele que é poderoso, depois de esperar pelo momento oportuno,
falar, agora que ele percebeu que o momento oportuno chegou? Esta é a oportunidade adequada,
chegada, de começar a exposição do que realmente é.
48. Agora, a palavra do meu mandamento, como contido nas nove divisões, foi publicada de
acordo com os variados graus de força das criaturas. Tal é o meio que mostrei para apresentar (os
seres) ao conhecimento do doador de dons.
49. E àqueles no mundo, que sempre foram puros, sábios, de boa mentalidade, filhos
compassivos do Buda e que fizeram seus deveres sob muitos kotis de Budas, eu tornarei conhecidos
Sutras mais amplos.
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Saddharma-Pundarika / Meios Habilidosos / Capítulo 2
50. Pois que eles estão agraciados com tais bênçãos de disposição mental, e tais vantagens de
forma externa sem mácula, que eu posso anunciar para estes: no futuro vocês todos se tornarão Budas
benevolentes e compassivos.
51. Ouvindo isto, todos eles serão penetrados de deleite (no pensamento): Tornaremos-nos
Budas proeminentes no mundo. E eu, percebendo suas condutas, novamente revelarei Sutras mais
amplos.
52. E aqueles são discípulos do Líder, que ouviram minha palavra de comando. Uma só estrofe
aprendida ou mantida na memória basta, sem dúvida, para conduzir todos eles à iluminação.
53. Não existe, verdadeiramente, senão um veículo; não existe um segundo, nem terceiro em
qualquer parte do mundo, exceto no caso dos Purushottamas usando um expediente para mostrar que
existe uma diversidade de veículos.
54. O Chefe do mundo aparece no mundo para revelar o conhecimento do Buda. Ele não tem
senão um objetivo, de fato, não um segundo; os Budas não fazem os seres atravessarem através de um
veículo inferior.
55. Ali onde o auto-nascido se estabeleceu, e onde está o objeto do conhecimento, não importa
de que forma ou tipo; (onde) os poderes, os estágios de meditação, as emancipações, as faculdades
aperfeiçoadas (estão); ali todos os seres se estabelecerão.
56. Eu seria culpado de inveja, se eu, depois de atingir o eminente e puro estado de iluminação,
estabelecesse quem quer que fosse no veículo inferior. Isto não seria típico de mim.
57. Em mim não existe inveja qualquer; nem ciúme, nem desejo, nem paixão. Por isto eu sou o
Buda, porque o mundo segue meu ensinamento.
58. Quando, esplendidamente distinguido com (as trinta e duas) marcas características, eu estou
iluminando todo este mundo, e venerado por muitas centenas de seres, eu mostro o selo
(inconfundível) da natureza da lei;
59. Quando Sariputra, eu penso assim: Como irão todos os seres, pelas trinta e duas
características perceberem o Vidente auto-nascido que, de sua própria vontade, verte sua luz por todo
o mundo?
60. E enquanto eu estou pensando e considerando, quando meu desejo se realizou e minha
promessa se realizou, eu não mais revelo conhecimento do Buda.
61. Se, Ó filho de Sari, eu falasse às criaturas, ‘Vivifiquem em suas mentes o desejo pela
iluminação,’ eles em suas ignorâncias, todos se perderiam e nunca perceberiam o significado de minhas
boas palavras.
62. E considerando-os desta forma, e que eles não realizaram seus cursos do dever em
existências prévias, (eu vejo como) eles estão apegados e dedicados a prazeres sensuais, enfatuados pelo
desejo e cegos com a ilusão.
63. Do desejo eles incorrem em desgraça; eles estão atormentados nos seis estados de
existência e povoam o cemitério repetidamente; eles estão angustiados com o infortúnio, e têm pouca
virtude.
64. Ficam constantemente emaranhados nas moitas de teorias (sectárias), tais como , ‘É ou não
é; é assim e não é assim.’ Tentando obter uma opinião decidida no que é encontrado nas sessenta e
duas teorias (heréticas) eles abraçam a falsidade e prosseguem em seus erros.
65. São difíceis de corrigir, orgulhosos, hipócritas, desviados, malignos, ignorantes, chatos; por
isto eles não ouvem ao bom chamado do Buda, nem uma só vez em kotis de nascimentos.
66. A estes, filho de Sari, eu mostro um meio habilidoso e digo: Ponham fim às suas
dificuldades. Quando percebo criaturas sofrendo com males, eu as faço ver o Nirvana.
67. E assim eu revelo todas aquelas leis que são para sempre sagradas e corretas desde o
começo. E o filho do Buda, que completou seu curso uma vez, será um Gina.
68. É só um meio habilidoso que me faz manifestar três veículos; pois que existe um só veículo
e um caminho; existe também uma só instrução pelos líderes.
69. Remova toda dúvida e incerteza; e caso existam aqueles que sintam dúvidas, ( que eles
saibam que ) os Senhores do mundo falam a verdade; este é o veículo único, não existe um segundo.
70. Os Tathagatas também, vivendo no passado durante Aeons inumeráveis, os muitos
milhares de Budas que estão no descanso final, cujo número não pode jamais ser contado,
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71. Aqueles mais elevados dos homens, todos eles revelaram as mais sagradas das leis por
intermédio de ilustrações, razões, e argumentos, com muitas centenas de provas de habilidade.
72. E todos eles manifestaram apenas um veículo e apenas apresentaram um na terra; através
deste veículo, eles conduziram à maturidade total uma quantidade inconcebível de milhares de kotis de
seres.
73. E contudo, os Ginas possuem vários e múltiplos meios através dos quais o Tathagata revela
ao mundo inclusive aos deuses, a iluminação superior, levando em conta as tendências e disposições
(dos diferentes seres).
74. E todos aqueles no mundo que estão ouvindo, ou que ouviram a lei da boca dos Tathagatas,
feito doações, seguido preceitos morais, e, pacientemente, realizaram seus deveres religiosos;
75. Que se quitaram quanto ao zelo e meditação, com sabedoria refletiram sobre aquelas leis, e
fizeram várias ações meritórias, todos eles atingiram a iluminação.
76. E tais seres que vivem pacientes, controlados, e disciplinados, sob o reino dos Ginas
daqueles tempos, todos eles atingiram a iluminação.
77. Outros também, que prestaram veneração às relíquias dos Ginas que se foram, erigiram
muitos milhares de Stupas feitas de jóias, ouro prata ou cristal,
78. Ou que construíram Stupas de esmeralda, pérolas, lápis-lazúli, ou safira; todos eles atingiram
a iluminação.
79. E aqueles que erigiram Stupas feitas de mármore, sândalo ou jacarandá; construíram Stupas
de madeiras de lei ou de uma combinação de diferentes tipos de madeira;
80. E que, em felicidade de coração, construíram para os Ginas Stupas de tijolos ou de cimento;
ou que fizeram com que se levantassem montes na terra, em florestas ou em lugares silvestres
dedicadas aos Ginas;
81. Os garotinhos, que mesmo brincando, erigiram aqui e ali montes de areia com a intenção de
as dedicar como Stupas para os Ginas, todos eles ganharam a iluminação.
82. De forma semelhante, todos aqueles que fizeram com que imagens feitas de jóias fossem
feitas e dedicadas, adornadas com os trinta e dois sinais característicos, atingiram a iluminação.
83. Outros, que fizeram imagens dos Sugatas feitas das sete substâncias preciosas, de cobre ou
de zinco, todos eles ganharam a iluminação.
84. Aqueles que fizeram com que se construísse belas estátuas dos Sugatas de chumbo, ferro,
barro, ou gesso, todos eles ganharam a iluminação.
85. Aqueles que fizeram imagens (dos Sugatas) em paredes pintadas, com membros completos
e os cem sinais sagrados, quer tenham desenhado eles mesmos , ou que tenham feito outros
desenharem, todos eles atingiram a iluminação.
86. Mesmo aqueles, quer sejam homens ou crianças, que durante suas aulas, ou por brincadeira,
para se divertirem, desenharam nas paredes (tais) imagens com a unha ou com um pedaço de madeira,
87. Todos eles ganharam a iluminação; tornaram-se compassivos, e despertando muitos
Bodhisatvas, salvaram kotis de seres.
88. Aqueles que ofereceram flores e perfumes às relíquias dos Tathagatas, para Stupas, um
morrinho na terra, imagens de gesso ou desenharam em uma parede;
89. Que fizeram com que instrumentos musicais, tambores, trombetas e grandes tambores
barulhentos fossem tocados, e levantaram o ruído do címbalo em tais lugares para celebrarem a
iluminação mais elevada;
90. Que fizeram com que doces alaúdes, címbalos, tambores, pequenos tambores, flautas de
bambu, flautas de metal, fossem construídos, todos eles atingiram a iluminação.
91. Aqueles que para celebrarem o Sugatas, fizeram com que címbalos de ferro soassem, ou
pequenos tambores; que cantaram uma canção doce e encantadora;
92. Todos eles atingiram a iluminação. Prestando vários tipos de reverência às relíquias dos
Sugatas, fazendo somente um pouco por estas relíquias, fazendo com que nem que seja um só
instrumento musical fosse soado;
93. Ou que venerasse nem que fosse com uma só flor, desenhando em uma parede as imagens
dos Sugatas, prestando reverência, nem que fosse com pensamentos distraídos, no decurso do tempo
esta pessoa se encontrará com kotis de Budas.
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Saddharma-Pundarika / Meios Habilidosos / Capítulo 2
94. Aqueles que, quando em presença de uma Stupa, ofereceram suas saudações reverentes, seja
de uma forma completa ou meramente juntando as mãos; que, seja por um só momento, inclinaram
suas cabeças ou corpos;
95. E que nas Stupas contendo relíquias, disseram nem que fosse uma só vez: Homenagem ao
Buda! Mesmo que o tenham feito com pensamentos distraídos, todos ganharam a iluminação superior.
96. Aqueles seres que nos dias daqueles Sugatas, quer estejam extintos ou ainda em existência,
ouviram nem que seja apenas o nome da lei, todos eles ganharam a iluminação.
97. Muitos kotis de Budas futuros, além da imaginação e medida, de forma semelhante
revelarão este meio habilidoso como Ginas e Senhores supremos.
98. Sem fim será a habilidade daqueles líderes do mundo, através das quais eles educarão kotis
de seres para aquele conhecimento do Buda, que está livre de toda a imperfeição.
99. Nunca houve um tal ser que, depois de ouvir a lei daqueles líderes, não tenha se tornado
Buda; pois que esta é a promessa fixa dos Tathagatas: Que eu, realizando meu curso do dever, possa
conduzir os demais à iluminação.
100. Eles exporão, em dias futuros, muitos milhares de kotis de cabeças da lei; em suas
condições de Tathagata eles ensinarão a lei, mostrando este veículo único mencionado acima.
101. A linha da lei forma uma continuidade inquebrantável e a natureza de suas propriedades se
manifesta sempre. Sabendo isso, os Budas, os mais elevados dos homens, revelarão este único veículo.
102. Eles revelarão a estabilidade da lei, como ela é sujeita a regras fixas, a sua perpetuidade
inamovível no mundo, o despertar dos Budas no elevado terraço da terra, suas habilidades.
103. Em todas as direções do espaço quedam-se Budas, como areias do Ganges, honrados por
deuses e homens; estes também, para o bem de todos os seres no mundo, expõem a iluminação
superior.
104. Estes Budas, enquanto manifestam suas habilidades, mostram variados veículos, apesar de,
ao mesmo tempo, indicarem somente o veículo único: o lugar supremo do descanso sagrado.
105. Familiarizados como estão com a conduta de todos os mortais, com suas disposições
peculiares e ações prévias; observando seus esforços e vigores, bem como suas disposições, os Budas
conferem sua luz a eles.
106. Com o conhecimento, os líderes produzem muitas ilustrações, argumentos e razões; e
considerando como os seres têm tendências várias, eles indicam direções várias.
107. E eu também, o líder dos principais Ginas, estou agora manifestando, para o bem dos
seres ora vivos, esta iluminação do Buda por milhares de kotis de direções várias.
108. Eu revelo a lei em sua multiplicidade observando as tendências e disposições dos seres. Eu
uso diferentes métodos para despertá-los, de acordo com seus caracteres. Tal é o poder do meu
conhecimento.
109. De forma semelhante eu vejo os pobre coitados, deficientes em sabedoria e conduta, que
caíram no torvelinho mundano, retidos em lugares horríveis, mergulhados em aflições incessantemente
renovadas.
110. Atados como estão pelo desejo como o boi por sua corda, continuamente cegos pelo
prazer sensual, eles não buscam o Buda, o poderoso; eles não buscam a lei que conduz ao fim da dor.
111. Se quedam nos seis estados da existência, eles ficam amortecidos por seus sentidos, se
apegam imóveis a seus baixos pontos de vista, e sofrem dor depois de dor. Por estes eu sinto uma
grande compaixão.
112. No terraço da iluminação eu permaneci três semanas ao todo, procurando e considerando
esta questão, observando as árvores que ali estavam.
113. Observando aquele rei de todas as árvores com uma fitada firme, eu andei ao seu pé
(pensando): Esta lei é maravilhosa e elevada, enquanto que os seres estão cegos com chatice e
ignorância.
114. Foi então que Brahma me pediu, bem como Indra, e os quatro regentes dos pontos
cardeais, Mahesvara, Isvara e as hordas de Maruts em centenas de kotis.
115. Todos se quedaram com mãos postas e respeitosos, enquanto que eu mesmo revolvia esta
questão em minha mente (e pensei): O que deverei fazer? Naquele instante mesmo em que eu estava
dizendo isto, os seres estavam sendo oprimidos pelos males.
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Saddharma-Pundarika / Meios Habilidosos / Capítulo 2
116. Em sua ignorância eles não prestarão atenção à lei que eu anuncio, em conseqüência do
que eles incorrerão em alguma falta. O melhor seria que eu nunca falasse. Que minha extinção calma
pudesse tomar lugar hoje mesmo!
117. Mas ao me lembrar de Budas prévios e de suas habilidades, (eu pensei): Não, eu também
manifestarei esta iluminação tripartite do Buda .
118. Enquanto eu meditava assim sobre a lei, os outros Budas, em todas as direções do espaço,
apareceram ante a mim em seus próprios corpos e levantaram suas vozes, dizendo ‘Amem.
119. ‘Amem, Solitário, primeiro Líder do mundo! Agora que você chegou a este conhecimento
insuperável, e estás meditando sobre a habilidade dos líderes do mundo, você repete seus
ensinamentos.
120. ‘Nós também, sendo Budas, esclareceremos a palavra mais elevada, dividida em três partes;
pois os homens (ocasionalmente) têm tendências baixas, e por ignorância talvez não nos creiam,
(quando dizemos), vocês se tornarão Budas.
121. ‘Por isto nós despertaremos muitos Bodhisatvas pela mostra de habilidade e encorajando
o desejo de obter frutos.’
122. E eu fiquei encantado de ouvir as doces vozes dos líderes dos homens; na felicidade do
meu coração eu disse aos abençoados santos, ‘As palavras dos sábios eminentes não foram ditas em
vão.
123. ‘Eu, também, agirei de acordo com a indicação dos sábios líderes do mundo; tendo eu
mesmo nascido em meio à degradação das criaturas, eu conheci a agitação neste mundo terrível.’
124. Quando cheguei a esta convicção, Ó filho de Sari, imediatamente fui a Benares, onde
habilmente preguei a lei aos cinco solitários, aquela lei que é a base da beatitude final.
125. Desde este momento a roda de minha lei tem se movido, e o nome do Nirvana fez a sua
aparição no mundo, bem como o nome de Arhat, Dharma e Sangha.
126. Durante muitos anos eu preguei e indiquei o estágio do Nirvana, o fim da miséria e da
existência mundana. Assim falava eu sempre.
127. E quando vi, Sariputra, os filhos do mais elevado dos homens em muitos milhares de
kotis, sem fim, lutando pela a iluminação suprema e mais elevada;
128. E quando aqueles que ouviram a lei dos Ginas, devido às suas habilidades multifacetadas,
se aproximaram de mim e diante de mim se quedaram, todos eles com mãos postas, e respeitosos;
129. Então eu concebi a idéia de que o momento havia chegado para que eu anunciasse a lei
excelente e para revelar a iluminação suprema, para este trabalho tendo eu nascido no mundo.
130. Este (evento) hoje será de difícil compreensão para os ignorantes que imaginam ver aqui
um sinal, porque são orgulhosos e chatos. Mas os Bodhisatvas, estes me ouvirão.
131. E eu me senti livre de hesitação e muito animado; deixando de lado toda a timidez, eu
comecei a falar na assembléia dos filhos do Sugata e os despertei para a iluminação.
132. Ao perceber tais valorosos filhos do Buda (eu disse): Suas dúvidas também serão tiradas, e
estes mil e duzentos (discípulos) meus, livres de imperfeições, todos eles se tornarão Budas.
133. Assim mesmo como a natureza da lei dos antigos poderosos santos e Ginas futuros é,
assim também é minha lei livre de qualquer dúvida, tal como hoje eu a conto a vocês.
134. Em certos lugares, em certos momentos, de alguma forma os líderes aparecem no mundo,
e depois de suas aparições eles, cuja visão é sem limites, em algum tempo ou outro pregam uma lei
semelhante.
135. É muito difícil de se encontrar com esta lei superior, mesmo que seja em miríades de kotis
de Aeons; muito raros são os seres que se juntarão à lei superior que acabaram de ouvir de mim.
136. Assim como a flor da figueira é rara, apesar de, em alguns lugares e, de alguma forma,
possa ser encontrada, como algo agradável de se ver para todos que a vêem, como uma maravilha para
o mundo inclusive para os deuses;
137. (Tão maravilhosa) e muito mais ainda é a lei que eu proclamo. Qualquer um que, ao ouvir
a boa exposição dela, aceitá-la alegremente e recitar nem que seja uma só palavra dela, terá honrado a
todos os Budas.
138. Desista de toda dúvida e incerteza quanto a isto; Eu digo que sou o rei da lei
(Dharmaraga); e eu estou encorajando outros para a iluminação, mas eu estou aqui sem qualquer
discípulo que seja.
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139. Que este mistério seja pra você, Sariputra, para todos os meus discípulos, e para os
eminentes Bodhisatvas, que manterão este mistério.
140. Pois os seres, no período das cinco depravações, são vis e maus; são cegos pelos desejos
sensuais, os tolos, e nunca se viram suas mentes para a iluminação.
141. (Alguns) seres, tendo ouvido este uno é único veículo manifestado pelo Gina, irá em dias
vindouros se desviar dele, rejeitar o Sutra, e descer aos infernos.
142. Mas aqueles seres que são modestos e puros, lutando pela iluminação suprema e mais
elevada, a estes eu, sem hesitar, mostro as formas sem fim deste veículo uno e único.
143. Tal é o domínio dos líderes; tal suas habilidades. Eles falaram em muitos mistérios; por
isto é difícil de os compreender.
145. Portanto tente compreender o mistério dos Budas, os santos mestres do mundo;
abandone toda a dúvida e incerteza: todos vocês se tornarão Budas; alegrem-se!
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