Do Dicionário Budista - Manual de Termos Budistas e Doutrinários de Nyanatiloka.
Terceira edição revisada e ampliada editada por Nyanaponika.
Tradução: Teresa Kerr
Revisão: Arthur Shaker
BHAVANGA-SOTA e BHAVANGA-CITTA: O primeiro termo pode ser
aproximadamente interpretado como ‘Corrente subterrânea que forma a Condição dos
Seres, ou Existência’, o segundo como ‘Subconsciência’, apesar de, como ficará
evidenciado a seguir, diferir, em diversos aspectos, do uso do termo comum na
psicologia Ocidental. Bhavanga (bhava-anga), o qual nos trabalhos canônicos, é
mencionado duas ou três vezes no Patthana, é explicado nos comentários do
Abhidhamma como a fundação ou condição (karana) da existência (bhava), como
condição sine qua non da vida, tendo a natureza de um processo, lit. um fluxo ou
corrente (sota). Assim, desde tempos imemoriais, todas as impressões e experiências
são, como assim dizer, armazenadas, ou melhor dizendo, estão funcionando, mas
ocultas para a consciência plena, de onde ocasionalmente emergem como fenômeno
subconsciente e se aproximam do limiar da plena consciência, ou cruzando-a se tornam
completamente conscientes. Esta assim chamada ‘corrente subconsciente da vida ou
corrente subterrânea da vida’ é aquilo através da qual pode ser explicada a faculdade da
memória, os fenômenos psíquicos paranormais, crescimento mental e físico, Karma e
Renascimento, etc – Uma tradução alternativa seria ‘continuum-da-vida’.
Deve-se notar que bhavanga-citta é um karma- resultante estado de consciência (vipaka,
q.v.) e que, no nascimento como um ser humano ou nas formas superiores de existência,
ele é sempre resultado de karma bom ou saudável (kusalakamma-vipaka), embora em
vários níveis de força (v. patisandhi, final do artigo). O mesmo é aplicado para a
Consciência-Renascimento (patisandhi) e Consciência da Morte (cuti), as quais são
somente manifestações particulares da Subconsciência. – No Vis. XIV é dito:
“Logo que a consciência-renascimento (no embrião no momento da concepção) cessou,
então surge uma similar Subconsciência com exatamente o mesmo objeto, seguindo
imediatamente sobre a consciência-renascimento e sendo o resultado deste ou daquele
Karma (ação volitiva feita no nascimento anterior e lembrada no momento antes da
morte). E novamente um posterior estado semelhante de subconsciência surge. Agora,
não surgindo outra consciência para interromper a continuidade da corrente-da-vida, a
corrente-da-vida, como o fluxo de um rio, surge da mesma forma novamente e
novamente, mesmo durante o sono sem sonho e em outros momentos. Dessa forma
deve-se entender o contínuo surgimento desses estados de consciência na corrente-davida.” Cf. viññana-kicca. Para maiores detalhes v. Fund. II (App).
Terceira edição revisada e ampliada editada por Nyanaponika.
Tradução: Teresa Kerr
Revisão: Arthur Shaker
BHAVANGA-SOTA e BHAVANGA-CITTA: O primeiro termo pode ser
aproximadamente interpretado como ‘Corrente subterrânea que forma a Condição dos
Seres, ou Existência’, o segundo como ‘Subconsciência’, apesar de, como ficará
evidenciado a seguir, diferir, em diversos aspectos, do uso do termo comum na
psicologia Ocidental. Bhavanga (bhava-anga), o qual nos trabalhos canônicos, é
mencionado duas ou três vezes no Patthana, é explicado nos comentários do
Abhidhamma como a fundação ou condição (karana) da existência (bhava), como
condição sine qua non da vida, tendo a natureza de um processo, lit. um fluxo ou
corrente (sota). Assim, desde tempos imemoriais, todas as impressões e experiências
são, como assim dizer, armazenadas, ou melhor dizendo, estão funcionando, mas
ocultas para a consciência plena, de onde ocasionalmente emergem como fenômeno
subconsciente e se aproximam do limiar da plena consciência, ou cruzando-a se tornam
completamente conscientes. Esta assim chamada ‘corrente subconsciente da vida ou
corrente subterrânea da vida’ é aquilo através da qual pode ser explicada a faculdade da
memória, os fenômenos psíquicos paranormais, crescimento mental e físico, Karma e
Renascimento, etc – Uma tradução alternativa seria ‘continuum-da-vida’.
Deve-se notar que bhavanga-citta é um karma- resultante estado de consciência (vipaka,
q.v.) e que, no nascimento como um ser humano ou nas formas superiores de existência,
ele é sempre resultado de karma bom ou saudável (kusalakamma-vipaka), embora em
vários níveis de força (v. patisandhi, final do artigo). O mesmo é aplicado para a
Consciência-Renascimento (patisandhi) e Consciência da Morte (cuti), as quais são
somente manifestações particulares da Subconsciência. – No Vis. XIV é dito:
“Logo que a consciência-renascimento (no embrião no momento da concepção) cessou,
então surge uma similar Subconsciência com exatamente o mesmo objeto, seguindo
imediatamente sobre a consciência-renascimento e sendo o resultado deste ou daquele
Karma (ação volitiva feita no nascimento anterior e lembrada no momento antes da
morte). E novamente um posterior estado semelhante de subconsciência surge. Agora,
não surgindo outra consciência para interromper a continuidade da corrente-da-vida, a
corrente-da-vida, como o fluxo de um rio, surge da mesma forma novamente e
novamente, mesmo durante o sono sem sonho e em outros momentos. Dessa forma
deve-se entender o contínuo surgimento desses estados de consciência na corrente-davida.” Cf. viññana-kicca. Para maiores detalhes v. Fund. II (App).
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