Do DICIONÁRIO BUDISTA de Nyanatiloka
Manual de Termos Budistas e Doutrinários
Manual de Termos Budistas e Doutrinários
Terceira edição revisada e ampliada editada por Nyanaponika
Tradução: Teresa Kerr e Revisão: Arthur Shaker
Tradução: Teresa Kerr e Revisão: Arthur Shaker
Muitas pessoas querem saber como é a prática
profunda, completa e correta da meditação budista e em que ela é tão diferente
das outras, na prática e em seus resultados. Eu digo que existe uma forma entre
as várias ensinadas pelo Buda que é bastante profunda e mesmo assim pode ser
aos poucos assimilada por qualquer iniciante, desde que a estude e pratique
diariamente, tendo como resultado o Nirvana.
Por favor, aprenda a meditar através das
palavras do próprio Buda. Nesse verbete Nyanatiloka organizou de forma bastante
completa e didática toda esta instrução como foi dado pelo próprio Buda.
Em seguida, como se fosse um apêndice
auxiliar, coloquei os conceitos básicos usados nesse ensinamento, extraídos do mesmo
dicionário. Para mais detalhes e demais termos você pode adquirir o dicionário
ou mesmo baixá-lo gratuitamente na internet.- Kalyanadhamma
ANAPANA-SATI: ‘Plena atenção na Inspiração e
Expiração’, é um dos exercícios mais
importantes para atingir a concentração mental e as 4 absorções (jhana, q.v.).
No Satipatthana Sutta (M. 10, D. 22) e em outros lugares, 4 métodos de prática são
dados, os quais podem também servir como base para a meditação do insight. O
“Discurso da Plena Atenção na Respiração” (Anapanasati Sutta, M. 118) e outros
textos, tem 16 métodos de prática, os quais são divididos em 4 grupos de 4. Os primeiros três se aplicam tanto à tranquilidade (samatha, q.v.) quanto para a meditação
do insight, enquanto o quarto se refere à prática do puro insight apenas. O segundo e o
terceiro grupo requerem o atingimento das Absorções.
“Com a mente atenta ele inspira, com a mente atenta ele expira”.
I. (1) “Quando fazendo uma longa inspiração ele sabe: “Eu faço uma longa inspiração”;
quando fazendo uma longa expiração ele sabe: “Eu faço uma longa expiração”.
(2) “Quando fazendo uma curta inspiração ele sabe: “Eu faço uma curta inspiração”;
quando fazendo uma curta expiração ele sabe: “Eu faço uma curta expiração”.
(3) “Claramente percebendo o corpo inteiro (da respiração) eu inspiro”, assim ele
treina a si mesmo; “claramente percebendo o corpo inteiro (da respiração) eu expiro”,
assim ele se treina.
(4) “Acalmando essa função corporal eu inspiro”, assim ele se treina; “acalmando essa
função corporal eu expiro”, assim ele se treina.
II. (5) “Sentindo êxtase (piti) eu inspiro”, assim ele se treina; “sentindo êxtase eu
expiro”, assim ele se treina.
(6) “Sentindo alegria eu inspiro”, assim ele se treina; “sentindo alegria eu expiro”,
assim ele se treina.
(7) “Sentindo a formação mental (citta-sankhara) eu inspiro”, assim, ele se treina;
“sentindo a formação mental eu expiro assim”, ele se treina.
(8) “Acalmando a formação mental eu inspiro”, assim ele se treina; “acalmando a
formação mental eu expiro”, assim ele se treina.
III. (9) “Claramente percebendo a mente (citta) eu inspiro”, assim ele se trein;
“claramente percebendo a mente eu expiro”, assim ele se treina.
(10) “Alegrando a mente eu inspiro”, assim ele se treina; “alegrando a mente eu
expiro”, assim ele se treina.
(11) “Concentrando a mente eu inspiro”, assim ele treina a mente; “concentrando a
mente eu expiro, assim ele se treina.
(12) “Libertando a mente eu inspiro”, assim ele se treina; “libertando a mente eu
expiro”, assim ele se treina.
IV. (13) “Refletindo sobre a impermanência (anicca) eu inspiro”; assim ele se treina;
“refletindo sobre a impermanência eu expiro”, assim ele se treina.
(14) “Refletindo sobre o desapego (viraga) eu inspiro”, assim ele se treina;
“refletindo sobre o desapego ele expira”, assim ele se treina.
(15) “Refletindo sobre a extinção (nirodha) eu inspiro”, assim ele se treina;
“refletindo sobre a extinção eu expiro”, assim ele se treina.
(16) “Refletindo sobre o abandono (patinissagga) eu inspiro”, assim ele se treina;
“refletindo sobre o abandono eu expiro”, assim ele se treina.
No M. 118 é mostrado como esses 16 exercícios levam às 4 Fundações da Plena
Atenção (satipatthana, q.v.), a saber: 1-4 contemplação do corpo, 5-8 contemplação das
sensações, 9-12 contemplação da mente (consciência), 13-16 contemplação dos objetos
mentais. Então é mostrado como esses 4 Fundamentos da Plena Atenção conduzem aos
7 fatores da iluminação (bojjhanga, q.v.); então estes levam à libertação da mente (cetovimutti, q.v.) e à libertação através da sabedoria (pañña-vimutti, q.v.)
Literatura: Anapanasati Samyutta (V. LIV) – Pts. Anapanakatha – Completa explicação da prática no Vis. VIII, 145
ff. – Para a antologia compreensiva dos textos canônica e comentários, ver Mindfulness of Breathing, Nanamoli
Thera (Kandy 1964, B.P.S.).
importantes para atingir a concentração mental e as 4 absorções (jhana, q.v.).
No Satipatthana Sutta (M. 10, D. 22) e em outros lugares, 4 métodos de prática são
dados, os quais podem também servir como base para a meditação do insight. O
“Discurso da Plena Atenção na Respiração” (Anapanasati Sutta, M. 118) e outros
textos, tem 16 métodos de prática, os quais são divididos em 4 grupos de 4. Os primeiros três se aplicam tanto à tranquilidade (samatha, q.v.) quanto para a meditação
do insight, enquanto o quarto se refere à prática do puro insight apenas. O segundo e o
terceiro grupo requerem o atingimento das Absorções.
“Com a mente atenta ele inspira, com a mente atenta ele expira”.
I. (1) “Quando fazendo uma longa inspiração ele sabe: “Eu faço uma longa inspiração”;
quando fazendo uma longa expiração ele sabe: “Eu faço uma longa expiração”.
(2) “Quando fazendo uma curta inspiração ele sabe: “Eu faço uma curta inspiração”;
quando fazendo uma curta expiração ele sabe: “Eu faço uma curta expiração”.
(3) “Claramente percebendo o corpo inteiro (da respiração) eu inspiro”, assim ele
treina a si mesmo; “claramente percebendo o corpo inteiro (da respiração) eu expiro”,
assim ele se treina.
(4) “Acalmando essa função corporal eu inspiro”, assim ele se treina; “acalmando essa
função corporal eu expiro”, assim ele se treina.
II. (5) “Sentindo êxtase (piti) eu inspiro”, assim ele se treina; “sentindo êxtase eu
expiro”, assim ele se treina.
(6) “Sentindo alegria eu inspiro”, assim ele se treina; “sentindo alegria eu expiro”,
assim ele se treina.
(7) “Sentindo a formação mental (citta-sankhara) eu inspiro”, assim, ele se treina;
“sentindo a formação mental eu expiro assim”, ele se treina.
(8) “Acalmando a formação mental eu inspiro”, assim ele se treina; “acalmando a
formação mental eu expiro”, assim ele se treina.
III. (9) “Claramente percebendo a mente (citta) eu inspiro”, assim ele se trein;
“claramente percebendo a mente eu expiro”, assim ele se treina.
(10) “Alegrando a mente eu inspiro”, assim ele se treina; “alegrando a mente eu
expiro”, assim ele se treina.
(11) “Concentrando a mente eu inspiro”, assim ele treina a mente; “concentrando a
mente eu expiro, assim ele se treina.
(12) “Libertando a mente eu inspiro”, assim ele se treina; “libertando a mente eu
expiro”, assim ele se treina.
IV. (13) “Refletindo sobre a impermanência (anicca) eu inspiro”; assim ele se treina;
“refletindo sobre a impermanência eu expiro”, assim ele se treina.
(14) “Refletindo sobre o desapego (viraga) eu inspiro”, assim ele se treina;
“refletindo sobre o desapego ele expira”, assim ele se treina.
(15) “Refletindo sobre a extinção (nirodha) eu inspiro”, assim ele se treina;
“refletindo sobre a extinção eu expiro”, assim ele se treina.
(16) “Refletindo sobre o abandono (patinissagga) eu inspiro”, assim ele se treina;
“refletindo sobre o abandono eu expiro”, assim ele se treina.
No M. 118 é mostrado como esses 16 exercícios levam às 4 Fundações da Plena
Atenção (satipatthana, q.v.), a saber: 1-4 contemplação do corpo, 5-8 contemplação das
sensações, 9-12 contemplação da mente (consciência), 13-16 contemplação dos objetos
mentais. Então é mostrado como esses 4 Fundamentos da Plena Atenção conduzem aos
7 fatores da iluminação (bojjhanga, q.v.); então estes levam à libertação da mente (cetovimutti, q.v.) e à libertação através da sabedoria (pañña-vimutti, q.v.)
Literatura: Anapanasati Samyutta (V. LIV) – Pts. Anapanakatha – Completa explicação da prática no Vis. VIII, 145
ff. – Para a antologia compreensiva dos textos canônica e comentários, ver Mindfulness of Breathing, Nanamoli
Thera (Kandy 1964, B.P.S.).
PITI: ‘Êxtase’, entusiasmo, (traduzido também como deleite,
felicidade); interesse. É
um dos fatores mentais ou concomitantes (cetasika) e pertence ao Grupo das Formações
Mentais (sankhara-kkhandha). Como, nos textos dos Suttas, está frequentemente ligado
a uma palavra composta, com ‘alegria’ (pamojja) ou ‘felicidade’ (sukha), alguns
tradutores ocidentais têm erroneamente tomado essa palavra como sinônimo desses 2
termos. Piti, entretanto, não é uma sensação ou um sentimento, e, portanto, não pertence
ao Grupo das Sensações (vedana-kkhandha), mas pode ser descrito psicològicamente
como ‘interesse jubiloso’. Como tal pode estar associado com os estados de consciência
saudáveis, assim como os estados não-saudáveis ou neutros.
Um elevado nível de Êxtase é característico de certos estágios na meditação de
concentração, na prática de Insight (vipassana), bem como nas primeiras duas
Absorções (jhana, q.v.) No último aparece como um dos Fatores de Absorção
(jhananga; v. jhana), e é mais forte na segunda Absorção. Cinco níveis de intensidade
na meditação do Êxtase são descritos no Vis. IV, 94ff – É um dos Fatores de Iluminação
(bojjhanga, q.v.).
um dos fatores mentais ou concomitantes (cetasika) e pertence ao Grupo das Formações
Mentais (sankhara-kkhandha). Como, nos textos dos Suttas, está frequentemente ligado
a uma palavra composta, com ‘alegria’ (pamojja) ou ‘felicidade’ (sukha), alguns
tradutores ocidentais têm erroneamente tomado essa palavra como sinônimo desses 2
termos. Piti, entretanto, não é uma sensação ou um sentimento, e, portanto, não pertence
ao Grupo das Sensações (vedana-kkhandha), mas pode ser descrito psicològicamente
como ‘interesse jubiloso’. Como tal pode estar associado com os estados de consciência
saudáveis, assim como os estados não-saudáveis ou neutros.
Um elevado nível de Êxtase é característico de certos estágios na meditação de
concentração, na prática de Insight (vipassana), bem como nas primeiras duas
Absorções (jhana, q.v.) No último aparece como um dos Fatores de Absorção
(jhananga; v. jhana), e é mais forte na segunda Absorção. Cinco níveis de intensidade
na meditação do Êxtase são descritos no Vis. IV, 94ff – É um dos Fatores de Iluminação
(bojjhanga, q.v.).
CITTA: ‘Mente’, ‘Consciência’, ‘Estado de Consciência’, é um
sinônimo de mano
(q.v.) e viññana (v. khandha e Tab. I) – Dhs. divide todos os fenômenos em consciência
(citta), concomitantes mentais (cetasika, q.v.) e corporeidade (rupa).
Em adhicitta, ‘Mentalidade Elevada’, significa a mente concentrada, apaziguada, e um
dos 3 Treinamentos (v. sikkha). A concentração (ou intensificação) da consciência é um
dos 4 Caminhos para o Poder. (v. iddhipada).
(q.v.) e viññana (v. khandha e Tab. I) – Dhs. divide todos os fenômenos em consciência
(citta), concomitantes mentais (cetasika, q.v.) e corporeidade (rupa).
Em adhicitta, ‘Mentalidade Elevada’, significa a mente concentrada, apaziguada, e um
dos 3 Treinamentos (v. sikkha). A concentração (ou intensificação) da consciência é um
dos 4 Caminhos para o Poder. (v. iddhipada).
SANKHARA: Esse termo tem, de acordo com seu contexto, diferentes
formas de
significação, as quais devem ser distinguidas cuidadosamente.
(I) No seu mais frequente uso (v. a seguir 1-4) o termo geral ‘Formação’ pode ser
aplicado, com as qualificações requeridas pelo contexto. Esse termo pode se referir
tanto ao ato de ‘formar’ ou ao estado passivo de ‘tendo sido formado’ ou a ambos.
1. Como segundo elo da fórmula da ‘Originação Dependente’ (paticca-samuppada,
q.v.), sankhara tem o aspecto ativo ‘formando’ e significa Karma (q.v.), i.e., atividades
volitivas saudáveis e não-saudáveis do corpo (kaya-s.), fala (vaci-s.) ou mente (citta-ou
mano-s.). Essa definição ocorre, por ex., no S. XII, 2, 27. Para s. nesse sentido, a
palavra ‘Formação-Kármica’ tem sido cunhada pelo autor. Em outras passagens, no
mesmo contexto, s. é definido em referência a (a) Formações-Kármicas meritórias
(puññ’abhisankhara), (b) demeritórios K. (apuññ’abhisankhara), (c) Imperturbáveis K.
(aneñj’abhisankhara), por ex. no S. XII, 51; D. 33. Essa tripla divisão cobre a atividade
kármica em todas as esferas da existência: as Formações Kármicas meritórias estendidas
à Esfera Sensual e à Matéria Sutil, as demeritórias somente à Esfera Sensual e a
‘imperturbável’ somente à Esfera do Imaterial.
2. Os acima mencionados 3 termos, kaya-, vaci- e citta (ou mano)-s., são algumas vezes
usados num sentido um pouco diferente, a saber, como (1) função corporal, i.e.,
inspiração e expiração (por ex., M. 10), (2) função verbal, i.e., pensamento conceitual e
pensamento discursivo, (3) função mental, i.e., sensação, percepção, etc. (por ex. M.
118). Ver nirodha-samapatti.
3. Também denota o Quarto Grupo da Existência (sankhara-kkhandha), e inclue todas
as ‘Formações Mentais’, seja que pertençam à consciência ‘karmicamente formada’ ou
não. Ver khandha, Tab. II, e S. XXII, 56, 79.
4. Ocorre mais além no sentido de qualquer coisa formada (sankhata, q.v.) e
condicionada, e inclue todas as coisas que existem no mundo, todos os fenômenos da
existência. Esse significado se aplica, por ex., à bem conhecida passagem “Todas as
formações são impermanentes. . . sujeitas ao sofrimento” (sabbe sankhara anicca. . .
dukkha). Nesse contexto, entretanto, s. está subordinado ao termo amplo e que a tudo
abarca, dhamma (coisa); pois dhamma inclue também o Elemento Incondicionado ou
Não-formado (asankhata-dhatu), i.e., Nibbana (por ex., em sabbe dhamma anatta,
“todas as coisas são sem um self”).
(II) Sankhara significa também algumas vezes ‘esforço volitivo’, por ex., na fórmula
dos Caminhos para o Poder (iddhi-pada, q.v.); no sasankhara-, e asankharaparinibbayi (v. anagami, q.v.); e nos têrmos do Abhidhamma, asankharika- (q.v.) e
sasankharika-citta, i.e., sem esforço = espontaneamente, e com esforço = induzido.
Na literatura ocidental, na inglesa bem como na alemã, sankhara é às vezes mal
traduzido como ‘tendências subconscientes’ ou similarmente (por ex., Prof Beckh:
‘unterbewusste Bildekraefte’, i.e., forças formativas subconscientes). Essa má
interpretação deriva talvez do uso similar na literatura sânscrita não-budista, e é
inteiramente inaplicável à conotação do termo no Budismo Páli, como listada acima sob
I, 1-4. Por exemplo, dentro da Originação Dependente, s. não é nem subconsciente nem
uma mera tendência, mas é uma volição kármica completamente ativa e consciente. No
contexto dos 5 Grupos da Existência (v. acima I, 3), alguns poucos dos fatores do Grupo
das Formações Mentais (sankhara-kkhandha) estão também presentes como
concomitantes da subconsciência (v. Tab. I-III), mas certamente não são restritos a ela,
nem são meras tendências.
significação, as quais devem ser distinguidas cuidadosamente.
(I) No seu mais frequente uso (v. a seguir 1-4) o termo geral ‘Formação’ pode ser
aplicado, com as qualificações requeridas pelo contexto. Esse termo pode se referir
tanto ao ato de ‘formar’ ou ao estado passivo de ‘tendo sido formado’ ou a ambos.
1. Como segundo elo da fórmula da ‘Originação Dependente’ (paticca-samuppada,
q.v.), sankhara tem o aspecto ativo ‘formando’ e significa Karma (q.v.), i.e., atividades
volitivas saudáveis e não-saudáveis do corpo (kaya-s.), fala (vaci-s.) ou mente (citta-ou
mano-s.). Essa definição ocorre, por ex., no S. XII, 2, 27. Para s. nesse sentido, a
palavra ‘Formação-Kármica’ tem sido cunhada pelo autor. Em outras passagens, no
mesmo contexto, s. é definido em referência a (a) Formações-Kármicas meritórias
(puññ’abhisankhara), (b) demeritórios K. (apuññ’abhisankhara), (c) Imperturbáveis K.
(aneñj’abhisankhara), por ex. no S. XII, 51; D. 33. Essa tripla divisão cobre a atividade
kármica em todas as esferas da existência: as Formações Kármicas meritórias estendidas
à Esfera Sensual e à Matéria Sutil, as demeritórias somente à Esfera Sensual e a
‘imperturbável’ somente à Esfera do Imaterial.
2. Os acima mencionados 3 termos, kaya-, vaci- e citta (ou mano)-s., são algumas vezes
usados num sentido um pouco diferente, a saber, como (1) função corporal, i.e.,
inspiração e expiração (por ex., M. 10), (2) função verbal, i.e., pensamento conceitual e
pensamento discursivo, (3) função mental, i.e., sensação, percepção, etc. (por ex. M.
118). Ver nirodha-samapatti.
3. Também denota o Quarto Grupo da Existência (sankhara-kkhandha), e inclue todas
as ‘Formações Mentais’, seja que pertençam à consciência ‘karmicamente formada’ ou
não. Ver khandha, Tab. II, e S. XXII, 56, 79.
4. Ocorre mais além no sentido de qualquer coisa formada (sankhata, q.v.) e
condicionada, e inclue todas as coisas que existem no mundo, todos os fenômenos da
existência. Esse significado se aplica, por ex., à bem conhecida passagem “Todas as
formações são impermanentes. . . sujeitas ao sofrimento” (sabbe sankhara anicca. . .
dukkha). Nesse contexto, entretanto, s. está subordinado ao termo amplo e que a tudo
abarca, dhamma (coisa); pois dhamma inclue também o Elemento Incondicionado ou
Não-formado (asankhata-dhatu), i.e., Nibbana (por ex., em sabbe dhamma anatta,
“todas as coisas são sem um self”).
(II) Sankhara significa também algumas vezes ‘esforço volitivo’, por ex., na fórmula
dos Caminhos para o Poder (iddhi-pada, q.v.); no sasankhara-, e asankharaparinibbayi (v. anagami, q.v.); e nos têrmos do Abhidhamma, asankharika- (q.v.) e
sasankharika-citta, i.e., sem esforço = espontaneamente, e com esforço = induzido.
Na literatura ocidental, na inglesa bem como na alemã, sankhara é às vezes mal
traduzido como ‘tendências subconscientes’ ou similarmente (por ex., Prof Beckh:
‘unterbewusste Bildekraefte’, i.e., forças formativas subconscientes). Essa má
interpretação deriva talvez do uso similar na literatura sânscrita não-budista, e é
inteiramente inaplicável à conotação do termo no Budismo Páli, como listada acima sob
I, 1-4. Por exemplo, dentro da Originação Dependente, s. não é nem subconsciente nem
uma mera tendência, mas é uma volição kármica completamente ativa e consciente. No
contexto dos 5 Grupos da Existência (v. acima I, 3), alguns poucos dos fatores do Grupo
das Formações Mentais (sankhara-kkhandha) estão também presentes como
concomitantes da subconsciência (v. Tab. I-III), mas certamente não são restritos a ela,
nem são meras tendências.
ANICCA: ‘Impermanência’ (ou como nome abstrato, aniccata,
‘impermanência’) é a
primeira das três Características da existência (tilakkhana, q.v.) É do fato da
impermanência que, na maioria dos textos, as outras duas Características, sofrimento
(dukkha) e não-self (anatta), são derivados (S. XXII, 15; Ud. IV, 1).
“Impermanência das coisas é o surgimento, o desaparecimento e mudança das coisas, ou
o desaparecimento das coisas que vieram a aparecer. O significado é que essas coisas
nunca persistem da mesma forma, mas que elas estão desaparecendo e se dissolvendo
momento a momento”. (Vis. VII, 3).
A impermanência é o aspecto encontrado em todos os fenômenos, seja material ou
mental, grosseiro ou sutil, interno ou externo: “Todas as formações são impermanentes”
(sabbe sankhara anicca; M. 35, Dhp. 277). Que a totalidade da existência é
impermanente é algo frequentemente apontado em termos dos 5 Agregados (khandha,
q.v.), as 12 Bases Sensoriais pessoais e externas (ayatana, q.v.), etc. Somente o Nibbana
(q.v.) o qual é incondicionado e não uma formação (asankhata), é permanente (nicca,
dhuva).
O insight que leva ao primeiro estágio da libertação, Entrante-na-Corrente (sotapatti, v.
ariya-puggala), é frequentemente expresso em termos de impermanência: “O que quer
que seja sujeito da originação, está sujeito à cessação” (v. Dhammacakkappavattana
Sutta, S. XLVI, 11). Em sua última exortação, antes do Parinibbana, o Buddha lembra
seus monges da impermanência da existência como um estímulo para o esforço
determinado: “Atenção agora, bhikkhus, eu os exorto: Formações estão sujeitas ao
desaparecimento. Empenhem-se determinadamente!” (vayadhamma sankhara,
appamadena sampadetha; D 16).
Sem o insight profundo na impermanência e na insubstancialidade de todos os
fenômenos da existência, não há o atingimento da libertação. Por isso, a compreensão
da impermanência obtida pela experiência meditativa direta, encabeça duas listas de
Conhecimentos do Insight: (a) Contemplação da Impermanência (aniccanupassana) é o
primeiro dos 18 principais tipos de Insight (q.v.), (b) a Contemplação do Surgimento e
do Desaparecimento (udayabbayanupassana-ñaña) é o primeiro dos 9 tipos de
conhecimento os quais levam a “Purificação pelo Conhecimento e Visão do Progresso
do Caminho” (v. visuddhi VI). – Contemplação da Impermanência leva à Libertação
Incondicionada (animitta-vimokkha; v. vimokkha). Aqui colocada como excelente a
faculdade da confiança (saddhindriya), aquele que atinge dessa forma o Caminho de
Entrante-na-Corrente, é chamado de Devoto- da-Fé (saddhanusari; v. ariyapuggala) e
nos sétimos estágios superiores ele é chamado de Liberado-pela-Fé (saddha-vimutta). –
Veja também anicca-sañña.
primeira das três Características da existência (tilakkhana, q.v.) É do fato da
impermanência que, na maioria dos textos, as outras duas Características, sofrimento
(dukkha) e não-self (anatta), são derivados (S. XXII, 15; Ud. IV, 1).
“Impermanência das coisas é o surgimento, o desaparecimento e mudança das coisas, ou
o desaparecimento das coisas que vieram a aparecer. O significado é que essas coisas
nunca persistem da mesma forma, mas que elas estão desaparecendo e se dissolvendo
momento a momento”. (Vis. VII, 3).
A impermanência é o aspecto encontrado em todos os fenômenos, seja material ou
mental, grosseiro ou sutil, interno ou externo: “Todas as formações são impermanentes”
(sabbe sankhara anicca; M. 35, Dhp. 277). Que a totalidade da existência é
impermanente é algo frequentemente apontado em termos dos 5 Agregados (khandha,
q.v.), as 12 Bases Sensoriais pessoais e externas (ayatana, q.v.), etc. Somente o Nibbana
(q.v.) o qual é incondicionado e não uma formação (asankhata), é permanente (nicca,
dhuva).
O insight que leva ao primeiro estágio da libertação, Entrante-na-Corrente (sotapatti, v.
ariya-puggala), é frequentemente expresso em termos de impermanência: “O que quer
que seja sujeito da originação, está sujeito à cessação” (v. Dhammacakkappavattana
Sutta, S. XLVI, 11). Em sua última exortação, antes do Parinibbana, o Buddha lembra
seus monges da impermanência da existência como um estímulo para o esforço
determinado: “Atenção agora, bhikkhus, eu os exorto: Formações estão sujeitas ao
desaparecimento. Empenhem-se determinadamente!” (vayadhamma sankhara,
appamadena sampadetha; D 16).
Sem o insight profundo na impermanência e na insubstancialidade de todos os
fenômenos da existência, não há o atingimento da libertação. Por isso, a compreensão
da impermanência obtida pela experiência meditativa direta, encabeça duas listas de
Conhecimentos do Insight: (a) Contemplação da Impermanência (aniccanupassana) é o
primeiro dos 18 principais tipos de Insight (q.v.), (b) a Contemplação do Surgimento e
do Desaparecimento (udayabbayanupassana-ñaña) é o primeiro dos 9 tipos de
conhecimento os quais levam a “Purificação pelo Conhecimento e Visão do Progresso
do Caminho” (v. visuddhi VI). – Contemplação da Impermanência leva à Libertação
Incondicionada (animitta-vimokkha; v. vimokkha). Aqui colocada como excelente a
faculdade da confiança (saddhindriya), aquele que atinge dessa forma o Caminho de
Entrante-na-Corrente, é chamado de Devoto- da-Fé (saddhanusari; v. ariyapuggala) e
nos sétimos estágios superiores ele é chamado de Liberado-pela-Fé (saddha-vimutta). –
Veja também anicca-sañña.
VIRAGA, ‘Desaparecendo’, desapego, ausência de desejo sensual,
desapaixonamento.
Aparece frequentemente junto com nirodha, ‘cessação’ (1) como um nome para
Nibbana, (2) nas contemplações (a) formando a quarta tétrada nos exercícios da Plena
Atenção na Respiração (v. anapanasati 14), (b) dos 18 Principais Insights (No. 5); v.
vipassana.
De acordo com os Com., pode significar (1) destruição momentânea do fenômeno, ou
(2) o absoluto ‘desaparecimento’, i.e., Nibbana. Nas acima mencionadas 2
contemplações, significa a compreensão de ambas, e o Caminho atingido por tal
compreensão.
Aparece frequentemente junto com nirodha, ‘cessação’ (1) como um nome para
Nibbana, (2) nas contemplações (a) formando a quarta tétrada nos exercícios da Plena
Atenção na Respiração (v. anapanasati 14), (b) dos 18 Principais Insights (No. 5); v.
vipassana.
De acordo com os Com., pode significar (1) destruição momentânea do fenômeno, ou
(2) o absoluto ‘desaparecimento’, i.e., Nibbana. Nas acima mencionadas 2
contemplações, significa a compreensão de ambas, e o Caminho atingido por tal
compreensão.
VIRAGA, ‘Desaparecendo’, desapego, ausência de desejo sensual,
desapaixonamento.
Aparece frequentemente junto com nirodha, ‘cessação’ (1) como um nome para
Nibbana, (2) nas contemplações (a) formando a quarta tétrada nos exercícios da Plena
Atenção na Respiração (v. anapanasati 14), (b) dos 18 Principais Insights (No. 5); v.
vipassana.
De acordo com os Com., pode significar (1) destruição momentânea do fenômeno, ou
(2) o absoluto ‘desaparecimento’, i.e., Nibbana. Nas acima mencionadas 2
contemplações, significa a compreensão de ambas, e o Caminho atingido por tal
compreensão.
Aparece frequentemente junto com nirodha, ‘cessação’ (1) como um nome para
Nibbana, (2) nas contemplações (a) formando a quarta tétrada nos exercícios da Plena
Atenção na Respiração (v. anapanasati 14), (b) dos 18 Principais Insights (No. 5); v.
vipassana.
De acordo com os Com., pode significar (1) destruição momentânea do fenômeno, ou
(2) o absoluto ‘desaparecimento’, i.e., Nibbana. Nas acima mencionadas 2
contemplações, significa a compreensão de ambas, e o Caminho atingido por tal
compreensão.
ANUPUBBA-NIRODHA: As 9 ‘Extinções Sucessivas’, são as 8 extinções
alcançadas através das 8 absorções (jhanas, q.v.) e a ‘extinção” da sensação e percepção’ (v.
nirodha-samapatti), como é dito no A. IX. 31 e D. 33: “Para o que entrou na primeira absorção, as Percepções Sensoriais (kama-sañña) se extinguiram. Tendo entrado na segunda absorção, o Pensamento Conceitual e Pensamento Discursivo (vitakka-vicara, q.v.) se extinguiram. Tendo entrado na terceira absorção, o Êxtase (piti, q.v.) é extinto. Tendo entrado na quarta absorção, a inspiração e a expiração (assasa-passasa, q.v.) são extintas. Tendo entrado na Esfera do Espaço Sem limite (akasañancayatana), as percepções da Corporeidade (rupa-sañña) são extintas. Tendo entrado na Esfera da Consciência Sem Limites (viññanancayatana), a percepção da Esfera do Espaço Sem Limites é extinta. Tendo entrado na Esfera do Nada (akincaññayatana), a percepção da esfera da Consciência Sem Limites está extinta. Tendo entrado na Esfera da Nem-Percepção-Nem-Não-Percepção (neva-sañña
nasaññayatana) a percepção da Esfera do Nada está extinta. Tendo entrado na Extinção da Percepção e Sensação” (sañña-vedayitanirodha), percepção e sensação são extintas”. Para maiores detalhes v. jhana, nirodha-samapatti.
nirodha-samapatti), como é dito no A. IX. 31 e D. 33: “Para o que entrou na primeira absorção, as Percepções Sensoriais (kama-sañña) se extinguiram. Tendo entrado na segunda absorção, o Pensamento Conceitual e Pensamento Discursivo (vitakka-vicara, q.v.) se extinguiram. Tendo entrado na terceira absorção, o Êxtase (piti, q.v.) é extinto. Tendo entrado na quarta absorção, a inspiração e a expiração (assasa-passasa, q.v.) são extintas. Tendo entrado na Esfera do Espaço Sem limite (akasañancayatana), as percepções da Corporeidade (rupa-sañña) são extintas. Tendo entrado na Esfera da Consciência Sem Limites (viññanancayatana), a percepção da Esfera do Espaço Sem Limites é extinta. Tendo entrado na Esfera do Nada (akincaññayatana), a percepção da esfera da Consciência Sem Limites está extinta. Tendo entrado na Esfera da Nem-Percepção-Nem-Não-Percepção (neva-sañña
nasaññayatana) a percepção da Esfera do Nada está extinta. Tendo entrado na Extinção da Percepção e Sensação” (sañña-vedayitanirodha), percepção e sensação são extintas”. Para maiores detalhes v. jhana, nirodha-samapatti.
Observações pessoais:
Citta seria bem melhor
traduzido como consciência. Mente e consciência são coisas muito diferentes no
budismo, como alma e espírito respectivamente , que são diferentes no
cristianismo. Isso tem gerado confusões históricas terríveis. Existem várias
palavras que são traduzidas como consciência no cânone, sendo que elas falam de
coisas completamente diferentes umas das outras. Isto se dá pela deficiência
dos idiomas ocidentais quanto a esses termos, que simplesmente não existem na
maioria dos idiomas. E mesmo o termo citta se refere também a vários tipos
diferentes de consciência. Mas também porque muitos aspectos psicológicos e
tipos de consciência diferentes em nós também não foram notados em nossa
cultura.
Extinção se refere normalmente
à extinção das impurezas que só é alcançada completamente ao atingir o
despertar completo, por sua vez o despertar completo só pode ser alcançado com
a extinção das impurezas. A extinção é do sofrimento, das impurezas e da
ignorância. Então “A ignorância foi extirpada e surgiu o verdadeiro
conhecimento, a escuridão foi extinta e surgiu a luz, como ocorre com aquele que
permanece diligente, com esforço correto e decidido.” – MN4. Eis todo o
caminho, o método, o objetivo e sua realização numa única sentença. Outros métodos
fora dos suttas são especulações posteriores. Para mais detalhe veja o Majjhima
Nikaya 8 no qual Buda ensina o caminho da extinção. Outras explicações e
comentários parecem destoar com o ensinamento do cânone em que Buda fala
explicitamente que a extinção não é aniquilação. Auto aniquilação inclusive é
uma das ideias errôneas, ou heresias, que conduz a estados aflitivos. Isso é
falado pelo Buda no MN2.22.- Kalyanadhamma
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